Chove em nós
Russô
(José Roosevelt Dias) russodias1@gmail.com
Por
vezes a chuva nos chega.
Não
(apenas) molhando em pingos aos milhares
Água
aérea resultando em colheita se fôssemos lavoura;
Nem
nos adornando, caindo como orvalho:
Leve,
bela, fresca no verde
Esta
chuva nos envolve, modifica nosso estado
E
não é o Logos que nos toma
Já que vem como Fluxo do Devir
A
massa líquida desce pesada, compacta
Pois
o vento em sopro não a dispersa;
Assim
como surge inevitável e denso
O
momento que nos arrebata simultaneamente
Nossos
sentidos e nossos neurônios
Interlúdio
entre o antes e o que poderá ser
Seus
vocábulos, já na terra (em nós):
Turbilhão,
redemoinho, torrente, enchente,
Atormenta
nossas margens e portos;
Por
um momento nos distancia do leito
Só
nos resta termos calhas de verão
Para
decodificar em veios a água d’acima,
Que
transpassa, infiltra, arrasta,
Tornando-a
então múltiplos veios transparentes,
Inumeráveis
caminhos avistados de soslaio
Iinstantaneamente