segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cotidiano




 Quase Atropelamento
Em 18fev 2011.

Dobrando uma esquina movimentada, percebi que um senhor começava a atravessar a rua. Parei o carro e fiz sinal para que passasse. Mal o homem agradeceu, surgiu outro carro passando por mim a minha direita e quase atropelou o senhor, que, apavorado correu para se salvar. Você que quase o matou naquela hora de recolhimento entre meia-noite e uma hora da madrugada talvez um dia leia este texto. Com seu carro preto e novo, relativamente caro, talvez considere que um carro pode passar por cima de um homem; considera isto uma morte limpa, mesmo que o homem seja um médico (pois um médico também pode andar a pé na madrugada) e tenha lhe tratado um dia, livrando-o de um grande uma grande incomodo ou lhe sugerindo uma dieta para ter mais saúde ou lhe indicado um remédio controlado para suas coronárias. Pode ter feito uma cirurgia em sua mãe livrando-a de um câncer. Você pode ter um grande débito com ele. Mas, naquela noite, dirigindo (?!) um confortável e caro carro, quase o atropela estupidamente na madrugada.

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