A Caatinga é...
Não disfarça, é o próprio
sofrimento, padecido no tempo em que o sol pisoteia e tortura o verde. Não esconde
os galhos no permeio de folhas que balançam na brisa. Não há energia para a fotossíntese.
Nesta forma pré-desértica, a vida não se
expõe, para não sucumbir.
A vida não está à vista, mas
escondida em tocas, no oco de um tronco e no escuro de uma rara sombra. A vida pulsa interna como um coração.
O sol transpassa a Caatinga, a ocupa toda,
espiando direto sua nudez desfolhada.
O Mandacaru é uma reserva,
enfrentamento ao que torra. Como um cálice da vida armazena a água na forma
lodosa, pois o sólido não evapora. Tem grandes espinhos. Defesa para não ser devorado. As árvores não têm folhas, pois secas, não
respiram e tombam. Seus galhos não são lisos e exibem seus espinhos incrustados
como unhas de gato.
Eles secos, protegem um tênue
miolo como a pele de um trabalhador sedento e faminto.
Tudo é lento, pois o calor cassa
a energia. Todo movimento custa caro em água. A vida.
O marrom é a poeira, o pó, marca
da Caatinga, que, malgrado todo sofrimento e castigo, resistiu de pé para não
ser deserto. É a natureza da Terra frente a frente com o Sol.
Neste ambiente de trechos inóspitos,
o sertanejo deveria contar com recursos tecnológicos e científicos de que a
humanidade dispõe atualmente. No entanto, não há decisões que amenizem seu
sofrimento e desespero. O sertão é pobre. Na década de Canudos, o povo da
região fundou algo como seu próprio país longe do que se chamava Republica; e
dentro de uma estrutura comunitária viviam de forma a mostrar ser possível tal
empreitada. Em Cangaceiros e Fanáticos, Rui Facó enfoca que a existência de
cangaceiros e o movimento de Canudos foram devidos ao abandono federal. Enquanto o Nordeste brasileiro for marcado
pela seca, fome e desigualdade, o Brasil não será potencia; pois no seu
calcanhar estará plantada a seta que significa: este país sofre a desigualdade
e nenhum presidente desta republica dormirá tranquilo, pois é inapto a resolver
um problema de toda uma região. Podemos fazer um perfil do consumo básico de
água para uma família formada por um casal e três filhos.
2 descargas de 6 litros X 5
pessoas (casal com três filhos) = 60 litros dia
2 litros de água bebida por
pessoa X 5 pessoas = 10
litros dia
5 banhos X 6 litros = 30 litros
dia
Lavagem diária de roupa e utensílios = 7
litros dia
10 litros diários para cozinhar = 10
litros dia
Soma = 117 litros dia
Numa seca de um ano = 1177
X 365 = 42 705 litros de consumo
Numa seca de dois anos =1137 X 365X2 = 85 410 litros
de consumo
Alguma planta para regar, como
por exemplo canteiros de uma horta de consumo próprio?
Algum carro para lavar? (como na
cidade).
Uso da energia solar
Hoje é possível discutir o processo de
desertificação das áreas de seca do Nordeste.
As verbas para o ‘combate à seca’ passam por estudo de geólogos e cada
vez mais o politico é deslocado do centro da equipe de combate à seca, pois fica
claro que a montagem de projetos de pesquisa e da infraestrutura é o caminho
para a solução do problema.
O Brasil tem agora centros de
estudos em que se abordam os problemas próprios do país. É a Universidade contribuindo para o país.
Neste sentido, é necessário um
projeto de pesquisa para se utilizar áreas onde a salinização ameaça parte do
solo nordestino rumo à desertificação.
É bom pensar na parte árida do
nordeste como um potencial de energia solar. Numa área destas, onde brilha o
sol quase que o ano inteiro seria oportuno se construir verdadeiras centrais
elétricas de energia solar. Nem toda terra é dedicada à lavoura ou à pecuária.
Professor Russô, meu abraço! Quero dizer-lhe que é um prazer imenso reencontrá-lo! Acesse...http://acf136.blogspot.com.br Espero que aprecie! Abraços! CABRAL.
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