quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Nota sobre a Caatinga




A Caatinga é...
Não disfarça, é o próprio sofrimento, padecido no tempo em que o sol pisoteia e tortura o verde. Não esconde os galhos no permeio de folhas que balançam na brisa. Não há energia para a fotossíntese.  Nesta forma pré-desértica, a vida não se expõe, para não sucumbir.
A vida não está à vista, mas escondida em tocas, no oco de um tronco e no escuro de uma rara sombra.  A vida pulsa interna como um coração.
 O sol transpassa a Caatinga, a ocupa toda, espiando direto sua nudez desfolhada.
O Mandacaru é uma reserva, enfrentamento ao que torra. Como um cálice da vida armazena a água na forma lodosa, pois o sólido não evapora. Tem grandes espinhos. Defesa para não ser devorado.  As árvores não têm folhas, pois secas, não respiram e tombam. Seus galhos não são lisos e exibem seus espinhos incrustados como unhas de gato.
Eles secos, protegem um tênue miolo como a pele de um trabalhador sedento e faminto.
Tudo é lento, pois o calor cassa a energia. Todo movimento custa caro em água. A vida.
O marrom é a poeira, o pó, marca da Caatinga, que, malgrado todo sofrimento e castigo, resistiu de pé para não ser deserto. É a natureza da Terra frente a frente com o Sol.

Neste ambiente de trechos inóspitos, o sertanejo deveria contar com recursos tecnológicos e científicos de que a humanidade dispõe atualmente. No entanto, não há decisões que amenizem seu sofrimento e desespero. O sertão é pobre. Na década de Canudos, o povo da região fundou algo como seu próprio país longe do que se chamava Republica; e dentro de uma estrutura comunitária viviam de forma a mostrar ser possível tal empreitada. Em Cangaceiros e Fanáticos, Rui Facó enfoca que a existência de cangaceiros e o movimento de Canudos foram devidos ao abandono federal.  Enquanto o Nordeste brasileiro for marcado pela seca, fome e desigualdade, o Brasil não será potencia; pois no seu calcanhar estará plantada a seta que significa: este país sofre a desigualdade e nenhum presidente desta republica dormirá tranquilo, pois é inapto a resolver um problema de toda uma região. Podemos fazer um perfil do consumo básico de água para uma família formada por um casal e três filhos.

2 descargas de 6 litros X 5 pessoas (casal com três filhos)    =     60 litros dia
2 litros de água bebida por pessoa X 5 pessoas                                  =     10 litros dia
5 banhos X 6 litros                                                                 =     30 litros dia
Lavagem diária de roupa e utensílios                                     =       7 litros dia
10 litros diários para cozinhar                                                =      10 litros dia
Soma   =    117 litros dia
Numa seca de um ano       = 1177 X 365       =                        42 705 litros de consumo
Numa seca de dois anos   =1137 X 365X2  =                         85 410  litros de consumo
Alguma planta para regar, como por exemplo canteiros de uma horta de consumo próprio?
Algum carro para lavar? (como na cidade).

Uso da energia solar
 Hoje é possível discutir o processo de desertificação das áreas de seca do Nordeste.  As verbas para o ‘combate à seca’ passam por estudo de geólogos e cada vez mais o politico é deslocado do centro da equipe de combate à seca, pois fica claro que a montagem de projetos de pesquisa e da infraestrutura é o caminho para a solução do problema.
O Brasil tem agora centros de estudos em que se abordam os problemas próprios do país.  É a Universidade contribuindo para o país.
Neste sentido, é necessário um projeto de pesquisa para se utilizar áreas onde a salinização ameaça parte do solo nordestino rumo à desertificação.
É bom pensar na parte árida do nordeste como um potencial de energia solar. Numa área destas, onde brilha o sol quase que o ano inteiro seria oportuno se construir verdadeiras centrais elétricas de energia solar. Nem toda terra é dedicada à lavoura ou à pecuária.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quem Sabe Cozinhar?



Noticias revelam que na Suécia (confirmar) foi reincorporada a disciplina básica da economia doméstica. Com isto os jovens aprendem a cozinhar e discutem a qualidade de alimentos. Talvez se animem mesmo a plantar (se todos ficarem frente ao totem Tela de computador, como teremos alimento?). A situação hoje está de uma forma, que as pessoas gastam muito comendo fora e não se sentem satisfeitos, pois nem sempre são bem atendidos, ou há erro de conta ou a comida está ruim (e até mesmo estragada; por vezes). A Indústria de congelados, defumados e outros produtos se desenvolveu enormemente. Varias profissões ligadas à alimentação estão sendo extintas. Por exemplo, fazer pão hoje está mais para um softer do que para o ato manual de um padeiro. A areia da Clepsidra se extingue com elas, como um câncer em metástase.
As conseqüências são jovens com excesso de peso e com desequilíbrio nos nutrientes e o abandono de uma arte milenar e fundamental para o homem: a arte de cozinhar.

Quem sabe cozinhar?
Russô (José Roosevelt Dias) 13SET2012

Quem sabe cozinhar? Se...
A estudante está a estudar
A professora está a lecionar
O médico está a tratar
O matador está a matar
E o ladrão está a roubar

Como exemplo típico, na reunião de um grupo de amigos, a refeição foi um congelado.
Tirou-se a embalagem do freezer e ela foi posta no forno de microondas com a escolha do tempo correspondente.
Um mais esperto acrescentou ao que saiu do forno
Uma porção de queijo ralado
Por isso foi elevado a Chef de Cuisine do grupo

Mas quem preparou o conteúdo na fabrica de alimentos?
Lá disseram que alguém apertou o botão do misturador-batedor
Que é comandado por um soft.
Foi assim que o produto ficou pronto. Que produto é este?
O produto não contém glúten
Contem sal, gordura, e aroma de tomate.
Mas não contem água, pois só tem H e O;
Portanto uma só molécula de hidrogênio.
O que o grupo comeu?
Quem é o cozinheiro?
A resposta não está no livro de receita da vovó, da tia habilidosa e da mãe.
Pois lá tudo é artesanal inclusive como um doce de mamão com coco num tacho de cobre.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Salvemos o Peixe


Alguns homens, entre eles os estudiosos e cientistas, temem a extinção de uma  espécie, pois cada uma tem sua função no sistema ecológico (veja o urubu e a hiena por exemplo).  Há pouco tempo atrás não se sabia da importância do mangue como inicio de uma imensa cadeia.

Salvemos o Peixe
Russô (José Roosevelt Dias) 13SET2012, refeito 14SET2012

Devemos salvar o peixe.
A pesca predatória extermina a espécie
Por isso, vamos elaborar leis protetoras.

A regra determinante é pescar
Somente após a reprodução
Como é feito com a sardinha

Se o peixe é muito comercial
Proibimos pesca de rede e o anzol múltiplo
Assim, só o pescamos na época permitida,
Mantendo uma cota.

Mas se há outros peixes, porque pescar um particular peixe ?
Muito bem, certo prato só se faz com ele,
Como a sopa de barbatanas de tubarão.
Daí o risco para a espécie: o peixe é a cara do prato.
Este peixe não é mais um peixe e sim um prato.

O prato é gostoso e famoso. Então devemos criar o peixe.
Para manter a atividade econômica acesa, sem uso de outra opção
A espécie em natura desaparece paulatinamente.
Hoje este peixe é de criação como a tilápia e o Salmão.

Há outros exemplos como o frango e o boi.
O mundo hoje é um a grande despensa
Onde o homem guarda a espécie para a hora do almoço, ou da janta.
O homem janta a espécie sem remorso.
Como ao boi, frango e coelho, avestruz e jacaré
(aquelas espécies que hoje têm como função alimentar o homem) .

Mas descobriram que...
...o DNA deste peixe em questão é mais próximo do homem do que
O de qualquer outro ser vivo, incluindo o de um Chipanzé
Segundo os princípios de Darwin,
o homem descende diretamente deste peixe.

Seu estudo irá esclarecer muito sobre as dores físicas e mentais do homem.  
Resultará na cura do câncer, da AIDS. Do complexo de Édipo. Do psicopata.
Saber-se-á sobre o significado de qualquer sonho.
Enfim, o homem não é mais solitário neste planeta. Tem um similar.
O homem será mais conhecido através daquele peixe.
Poder-se-á pesquisar melhores vacinas no seu uso como cobaia.

Portanto, preserve o peixe em natura
Livre da comida com hormônios do frango de frigorífico
E da ração da vaca louca.
Pois isto leva a uma mutação

Nota: Este peixe não é do Rio Tietê (só o homem e o porco podem viver na lama).

terça-feira, 15 de maio de 2012

Chove em Nós


Chove em nós
Russô (José Roosevelt Dias)  russodias1@gmail.com

Por vezes a chuva nos chega.
Não (apenas) molhando em pingos aos milhares
Água aérea resultando em colheita se fôssemos lavoura;
Nem nos adornando, caindo como orvalho:
Leve, bela, fresca no verde

Esta chuva nos envolve, modifica nosso estado
E não é o Logos que nos toma
 Já que vem como Fluxo do Devir

A massa líquida desce pesada, compacta
Pois o vento em sopro não a dispersa;
Assim como surge inevitável e denso
O momento que nos arrebata simultaneamente
Nossos sentidos e nossos neurônios
Interlúdio entre o antes e o que poderá ser

Seus vocábulos, já na terra (em nós):
Turbilhão, redemoinho, torrente, enchente,
Atormenta nossas margens e portos;
Por um momento nos distancia do leito

Só nos resta termos calhas de verão
Para decodificar em veios a água d’acima,
Que transpassa, infiltra, arrasta,
Tornando-a então múltiplos veios transparentes,
Inumeráveis caminhos avistados de soslaio
Iinstantaneamente

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Perfil do CD Cosmumano


O CD Cosmumano é um conjunto de olhares dentro de tantos possíveis com os quais o homem enxerga ou se relaciona com mundo. O título é uma junção de ‘Cosmo’ e de ‘Humano’. O trabalho contém lembranças de lugares pitorescos e históricos como Lumiar, São Pedro da Serra e Ouro Preto. Fala de um engarrafamento na rua Jardim Botânico, da devastação que o homem contemporâneo contabiliza, e da guerra, hoje sinônimo de tecnologia mas tão desastrosa e irracional quanto as anteriores. Mostra o perfil da vida de um índio atingido por uma civilização que lhe é estranha e que ameaça sua existência por ter outros costumes e crenças. Fala ainda de um modo de viver em alerta, mas amando. E fala do amor.